2007-12-21

Ne me quitte pas!...

(...) E é preciso humedecer os lábios com pérolas de chuva vindas de terras onde não chove. Só o que é belo, verdadeiramente belo, permanece.

7 comentários:

Paulo disse...

Brel tinha a poesia na voz. E esta sua interpretação é impressionante de desespero.
Se não me engano, foi através da música francesa que chegámos à fala.

Cumprimentos.

goldluc disse...

Olá Paulo.
Peço desculpa por ter deixado sem resposta alguns simpáticos comentários....mas há sempre qualquer coisa que atrapalha. De facto Brel é poesia. Uma vida e tanto!
Infelizmente têm-se perdido os laços com aquilo que de França nos vinha de melhor...Agora vêm os 'Sarkozy'...e outras doenças que tal! Sinais dos tempos sombrios....!
Vamos resistindo na memória.
Um abraço!

Terpsichore Diotima (lusitana combatente) disse...

Caríssimo Gold
Grande verdade essa que acabou de dizer: só o que é *verdadeiramente* belo permanece!... :)

E permita-me aqui...
Caro Paulo
E que coisa linda essa para dizer...

''Se não me engano, foi através da música francesa que chegámos à fala.''... :)
Esta última frase, interpreto-a mais poeticamente do que a acima, que interpreto não só mas também literalmente...

Caros ambos:

Procurar as nossas origens... e descobrir que entre as nossas boas raízes, está a civilização... que não é esta a que chamam hoje em dia a civilização ''ocidental'', aquela que Wittgenstein considera acabada, e nada lhe dizer, detestando-a.

Nosso mal é pensar que aquela de que ele fala, que aquela de que falam tantos que escrevem o nome ''nossa civilizaação ocidental'', é a mesma... Tanto não é que são muitos desses os primeiros destruidores dessa mesma ''civilização'' (origem) que nós pensamos ser aquela a que eles se referem.

Cumprimentos muito amigos!

Gi disse...

Detesto contradizê-los, mas Brel não era francês, era belga.
Para além deste detalhe, têm toda a razão.

Paulo disse...

É verdade, Gi. Devíamos ter dito "música francófona". Apesar de Brel também ter cantado em flamengo, ficará para sempre ligado à cultura francesa, ou francófona, se preferirmos. Tanto como Barbara, Juliette Gréco, etcétéra.

Terpsichore Diotima (lusitana combatente) disse...

Quando a planta derrama flores, gostaríamos que ela dissesse, ''detesto sair dos limites desta floreira.''?

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Enfin, a tradição ou raíz musical (a música ''folk'') belga, é um outro mundo.

Cumprimentos

goldluc disse...

Obviamente concordo com o que foi dito. A Gi tem toda a razão: No entanto a gaffe explica-se exactamente como o faz o Paulo. Agradeço, no entanto a feliz atenção que os meus amigos me dispensam.

Terpsi, A «civilização ocidental» é aquilo de que há séculos se diz que está em decadência...uma espécie de Fénix que continuamente renasce das suas cinzas. Na verdade ela fica sempre mais rica quando rejeita e abandona aquilo que de espúrio vai criando. A «Civilização Ocidental» não passa de um processo cultural, uma espécie de «mecanismo de sobrevivência» de uma tradição que continuamente se revê e se reforma. A vantagem deste «mecanismo» talvez sobressaia precisamente da sua capacidade de auto-crítica e de auto-renovação. Mas não é «eterna»...e pode muito bem encontrar-se numa fase de epílogo....numa vertigem sem retorno. É curioso que a noção niilista de «ponto zero» revela-se, nesta análise, como um ponto de vista 'optimista': Espera-se sempre o renascimento do «novo». Não tenho tanta segurança assim!

A todos os meus amigos os votos de que o que se segue seja, pelo menos, de feliz fruição do que de mais belo se produz nesta dita «civilização». Cumprimentos!!!