Há precisamente 200 anos, o espírito europeu tentou entrar em Portugal. Chegou rapidamente a Lisboa vindo de Paris. Só viaja depressa quem não encontra obstáculos. Do norte 'acudiram', por mar, aos "pobres portugueses".
Com a fenda orográfica da Columbeira de permeio, insultaram-se ingleses e franceses, espanhóis e portugueses. Chegaram a vias de facto na Roliça. E muitos jovens derramaram no solo antiquíssimo o sangue vivo da sua juventude. Há ainda sinais, dores e cicatrizes mais ou menos definidas nas almas dos peninsulares. O que seria de nós sem a 'mãozinha benfazeja' de Your Majesty? A mesma História demorou pouco a responder. A História é isto. Ficam as memórias do reencaminhamento do ser. A dúvida acerca de «o que seria se...?» revela-se sempre sem sentido. Foi. E só o que foi é.
Outros bicentenários (ou os mesmos...) se assinalam sem polémica. O que é realmente grande não alimenta dúvidas. Ludwig van Beethoven (1770 - 1827) compôs, há precisamente 200 anos (naquela época heróica, portanto), a MÚSICA da EUROPA. Compôs a Quinta e a Sexta Sinfonias e esta Abertura maravilhosamente conduzida por Carlos Kleiber.
Daquele rio imenso de inspiração Humana, esta Abertura Coriolano é, sem dúvida, um persistente fio dourado, uma abertura para a expansão do ser novo. Uma abertura como o Sol.
Mas...
(Para a visão catastrófica, desencantada, talvez mesmo irritada com Sua Majestade, ouça-se aqui. Bem alto!)
1 comentário:
Parabéns pelos artigos. É sempre um prazer lê-lo e "ouver" (como diz a minha amiga Cigarrajazz) as suas escolhas.
Kleiber era também um mágico da batuta.
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