
«O desenvolvimento da técnica efectuar-se-á cada vez com mais velocidade e não poderá ser detido em parte alguma.(…) Os poderes que em todo o lado e a todas as horas desafiam, encadeiam, arrastam e acossam o homem sobre qualquer forma de utensílio ou instalação técnica, estes poderes, há muito que transbordaram a vontade e a capacidade de decisão humanas, porque não foram feitos pelo homem.(…) O sentido do mundo técnico oculta-se.(…) Por isso há que manter desperto o pensar reflexivo.»
Sobre a obra de Kreutzer, (o compositor de Messkirch que nada tem a ver com a excelente sonata de Beethoven, obviamente), não haveria muito a dizer. Compreende-se que Heidegger tenha preferido aprofundar à procura do sentido do futuro que, como reclama da citação de Hebel, está ligado à terra: «Somos plantas – gostemos ou não de admiti-lo – que devem sair com as raízes da terra para poder florescer no éter e dar fruto».
Estavam ainda quentes as brasas da guerra sobre o solo alemão. E já o êxodo da humanidade se antevia, embalado nos braços da técnica global. O pensamento reflexivo propõe o regresso. Queiram todas as divindades que não seja demasiado tarde!
Para ilustrar a música de Kreutzer escolhi este tempo di minuetto do pouquíssimo disponível no youtube. O critério é tão inconfessável que o reservo só para mim.
4 comentários:
Obrigado por este presente de Natal duplo: o reaparecimento do Broto e a obra de Kreutzer.
Cumprimentos.
Olá, reapareceu? :)
Bravo, sempre bravo para Broto - e para Heidegger - ESTAS TÉCNICAS NÃO SÃO FEITAS PELO HOMEM. compreendem? Compreendem? Compreendem? Compreendem?
E nós os que sabemos, somos perseguidos e abandonados.
E até a Ilha dos Amores... que é para de vez em quando apontar as luzes nessa direcção...
'Brigada Gold.
"" O sentido do mundo técnico oculta-se.(…) ""
O mais possível.
Se nós soubessemos!...
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