Carlos Seixas (11 de Junho de 1704 – 25 de Agosto de 1742)
Celebrar-se-ia hoje o 303º aniversário de Carlos Seixas (José António, de nome próprio). Seixas é uma daquelas figuras frequentes na paupérrima história da cultura portuguesa. Não, pela cultura, que essa é rica e nada deve ou teme perante as mais diversificadas formas de afirmação de qualquer nação, pela particularidade dos seus valores, dos seus sentires e do seu afirmar-se entre as demais gentes do globo. Também não pelo povo que é ávido de afirmação e capaz de se mostrar condignamente e bem alto por meios e manifestações tão fortes e ricas como quaisquer outras da velha Europa e do mundo. Pobre apenas por não reconhecer, afinal, quem tão bem a defende, a reforça, reaviva e engrandece. ‘Pobre' aqui é um lamento, não um juízo de facto.
Filho do Mestre Organista da Sé de Coimbra (Francisco Vaz), cedo o jovem José António revelou o génio de quem é tocado pelo indicador dourado com que os deuses assinalam os melhores. Ainda jovem coadjuva, e depois substitui, a “eminência parda” do Barroco em Portugal e na Europa rendida aos pés e à música divina de Domenico Scarlatti, então Mestre da Capela Real da Coroa Portuguesa.
Seixas introduz “cultura portuguesa” no Barroco. Não poderemos falar, com propriedade, num “barroco português”, com respeito à música, mas de um movimento cultural barroco, definitivamente enriquecido pela genialidade do excelente cravista e compositor (não só de cravo viveu o artista!) que foi Carlos Seixas. Leveza, suavidade, experimentalismo são predicados que em Seixas vêm iluminar a fonte do barroco italiano, de que é bebedor. A sua música de capela parece extraída do sol que invade as cúpulas dos templos lusos e se deposita docemente, em notas de luz serena, na partitura do mestre cravista português.
Porque hoje faria anos e quem se revela grande e luminoso nos labirintos da cultura, ecoa até das ruínas e dos tormentos, e flui eternamente nos espíritos, como um alento de nacionalidade, aqui se assinala respeitosamente o facto. Com profundo respeito e reconhecimento da dívida imensa. Hoje, um dia depois do numismático delírio belicista e patrioteiro.
Filho do Mestre Organista da Sé de Coimbra (Francisco Vaz), cedo o jovem José António revelou o génio de quem é tocado pelo indicador dourado com que os deuses assinalam os melhores. Ainda jovem coadjuva, e depois substitui, a “eminência parda” do Barroco em Portugal e na Europa rendida aos pés e à música divina de Domenico Scarlatti, então Mestre da Capela Real da Coroa Portuguesa.
Seixas introduz “cultura portuguesa” no Barroco. Não poderemos falar, com propriedade, num “barroco português”, com respeito à música, mas de um movimento cultural barroco, definitivamente enriquecido pela genialidade do excelente cravista e compositor (não só de cravo viveu o artista!) que foi Carlos Seixas. Leveza, suavidade, experimentalismo são predicados que em Seixas vêm iluminar a fonte do barroco italiano, de que é bebedor. A sua música de capela parece extraída do sol que invade as cúpulas dos templos lusos e se deposita docemente, em notas de luz serena, na partitura do mestre cravista português.
Porque hoje faria anos e quem se revela grande e luminoso nos labirintos da cultura, ecoa até das ruínas e dos tormentos, e flui eternamente nos espíritos, como um alento de nacionalidade, aqui se assinala respeitosamente o facto. Com profundo respeito e reconhecimento da dívida imensa. Hoje, um dia depois do numismático delírio belicista e patrioteiro.
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